Policial
Quem é a dupla que fugiu de presídio federal no Rio Grande do Norte

Publicado em 14/02/2024 17:50

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Dois presos fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte, nesta quarta-feira (14). Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho".

Ambos são do Acre e estavam na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023, conforme divulgado na época pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Esta é a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que conta com cinco presídios de segurança máxima.

No ano passado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Acre divulgou que Rogério e Deibson estavam entre os presos que participaram da rebelião ocorrida em julho de 2023 no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves. Durante a ação, cinco detentos foram executados de com requintes de crueldade, com decapitações e esquartejamentos.

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Deibson estava preso desde agosto de 2015, já tendo passado também pelo presídio federal de Catanduva (PR). Ele tem condenações e responde por assaltos, furtos, roubos homicídio e latrocínio.

Os fotragidos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça — Foto: Reprodução
Os fotragidos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça — Foto: Reprodução

Rogério, que também tem vasta ficha criminal, também cumpria pena no Acre, quando foi determinada sua transferência para o Rio Grande do Norte. Ambos são apontados como membros de organização criminosa e cumpririam pena de dois anos, até 25 de setembro de 2025.

Inaugurada em 2009, o presídio federal de Mossoró é o único que fica no Nordeste. Com 13 mil metros quadrados, abriga mais de 200 detentos e não tinha registro de fuga.

Beira-Mar e Marcinho VP

A Penitenciária Federal de Mossoró é conhecida por receber líderes de facções criminosas de diferentes estados. Entre os nomes com passagens pela unidade estão o traficante Fernandinho Beira-Mar, que foi transferido para o presídio em janeiro deste ano, e Marcinho VP, que atualmente está Penitenciária Federal de Campo Grande, mas passou anos na unidade do Rio Grande do Norte.

Outro criminoso na unidade é "Jamilzinho", "Bob" ou "Guri", alcunhas de Jamil Name Filho, apontado como o chefe de milícia armada ligada ao jogo do bicho no Mato Grosso do Sul. Ele foi preso acusado de encomendar a morte de um homem por R$ 120 mil, como vingança após uma traição nos negócios. Os executores, no entanto, teriam errado e matado o filho do suposto alvo.

Caso Marielle

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de terem participado do assassinato da vereadora Mairelle Franco, também ficaram presos no presídio federal de Mossoró. A mudança para uma unidade penitenciária fora do Rio de Janeiro, onde eles ficaram em um primeiro momento, foi pedida pelo Ministério Público do Rio, e aceita pela Justiça, que alegava motivo de "segurança pública" .

Outro nome que esteve preso na unidade foi Orlando Curicica. O ex-policial militar, que seria chefe de uma milícia na Zona Oeste, foi transferido para o presídio quando surgiram suspeitas de seu envolvimento também na morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, hipótese que depois foi descartada pelos investigadores.

Conheça o presídio

Considerada uma referência na custódia dos presos, a Penitenciária Federal de Mossoró foi inaugurada em 3 de julho de 2009. A unidade de segurança máxima foi projetada para receber até 208 presos. O presídio é uma reprodução do modelo de unidades de segurança máxima norte-americanas, conhecidas como “Supermax”, conforme descrição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Esses estabelecimentos penais federais abrigam detentos de todo o país que necessitam ser isolados dos demais presos das penitenciárias estaduais comuns, pois eles são líderes perigosos ou estão com a integridade física sob ameaça.

O presídio possui cerca de 200 câmeras de vídeo, que enviam as imagens em tempo real para centrais de monitoramento e para o setor de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Sennapen). A unidade ainda possui 12 celas de isolamento para presos que cumprem o Regime Disciplinar Diferenciado, aplicado como sanção contra atos de indisciplina.


Postado por Globo.com

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